Quem nunca, no Brasil, ouviu Mestre Lua, que seja uma única vez, ou não conhece por nome e o ritmo que toca?
Se existir alguém, com certeza desconhece as festas de São João, o nordeste brasileiro e a música nacional ou nunca dançou um xote ou baião com sua pequena no calor de uma fogueira, seja de papel ou madeirão.
Esse ano, hoje especificamente, estaria completando exatos 100 anos, esse "grande brasileiro, desenvolvimentista musical do sertão", que trouxe em sua "malota" toda bagagem identitária de um povo que se espalhou em "Pindorama" a construir um novo Brasil à granel.
Luiz Gonzaga reavivou em poesias e sons toda vida de uma região. Se as revoluções trouxeram algo novo, foi com certeza a mobilização inter-regional das culturas do nosso país, como foi o caso do rei do Baião. Em cantiga, xaxado, baião, xote surgia um novo olhar nos centros urbano amalgamado de novas esperanças.
Gonzaga trouxe também a música popular nordestina, quebrando uma hegemonia sonora nas rádio que viviam de boleros, tangos e maxixes. Além de também, renovar os palcos, com seu estilo inconfundível de fazer música, agora era show !. Carregado de um conhecimento empírico e uma sabedoria iluminada, conseguia expor com maestria questões polêmicas, um exemplo é o "Salário mínimo" (nome artístico do músico anão, batizado por ele), de forma alegre e descontraída. Transportando ao vinil o universo do povo em metáforas líricas, que seus parceiros recebiam do mundo maravilhoso da inspiração. Humberto Teixeira era um deles. Notável era o rei, grandiosa é sua música e inspiradora é sua vida !
Até mesmo as agruras da natureza de não lhe tornar pai, lhe trouxe Gonzaguinha. Mostrando que os caminhos da vida, são tão desconhecidos quanto os destinos.
Ao Mestre com carinho e baião !
foto: http://www.lastfm.com.br/music/Luiz+Gonzaga/+images/73181438
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