No balanço do xote com a dançarina no meio do salão e na quentura da noite de Belém, conversávamos:
Essa caipirinha é porrada! Massa demais, não é?! Hum hum. Tinha uma certa melodia na fala da dançarina. Umas três e a perna balança. Tempera o corpo pra dançar. Até o Alaska fica quente. Tudo que é quente é bom pra ti Banjo? Sim, quase sempre tudo que é quente ou fica quente é bom pra mim. O quente reanima, reaviva. Sei, sei. Acho que sabe, porque te parece comigo. Mesmo?! Sem volta e meia, parece bastante até e também já me conhece o mesmo tanto. Um pouco. Muitos pouquinhos num grande pacotão. Pego o copo de caipirinha da mesa e tomo um gole, ela toma outro. Ate nas danças existem as que são quentes, o carimbó é bom, mas quente mesmo é o lundu. Sei, sei. E no ouvido falo pra ela. Ele convida ao sexo, arte mais quente dos corpos e mentes do humano. Que sexo, tão feio... Fazer amor! É mais bonito. E mais errado também!. Por que errado já? Ah, porque pra ti Banjo, a palavra é trepar, Tu já me falou!!!. Não é porque é “pra mim” é uma questão racional do significado das palavras. Como assim? Ora, fazer amor... como fazer amor? Não entendi? Ninguém faz amor minha querida. Clarooo que faz Banjo, eu faço amor! Não, não faz. Tu não podes mudar a opinião das pessoas só por que achas que tu não faz amor. Não é uma questão de opinião. Simplesmente ninguém faz amor. O amor, ele é imaterial, já existe no mundo intangível. Não se faz, ele já ta feito. O amor sente-se. Esse negócio de fazer amor, não existe na carne. O humano, prática sexo, o amor ta no coração de cada um; e a cabeça, a carne só conhece o sexo, o lado animal. Entende agora. Ta ta ta bom!!!
Não sou nenhum insensível; adoro romantismo, poesias de amor, aprecio casamentos, cartas românticas, olhares no fim de tarde, dança de ciranda... Mas, temos que colocar os pingos nos Is. Pra não cometer, nem dar continuidade nesse pensamento de que amor é como bolo que se pega na massa, vira mexe, remexe e faz com o calor do forno.
0 comentários:
Postar um comentário